São Paulo - SP - Caieiras

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 Árvore 

Diferentes ecossistemas organizam-se em torno das árvores. Animais de todo tipo e o homem, desde os primeiros povos da floresta, têm sua vida integrada à desses seres versáteis, que realizam milagres de adaptação frente a condições adversas. A transferência de espécies de uma para outra região, devido à ação do homem, alterou profundamente a distribuição das árvores no planeta, mas tornou maiores as possibilidades de sua utilização e os benefícios advindos de seus vários produtos. acer21Morfologia e fisiologia. A árvore é uma planta perene, de caule lenhoso, de onde partem galhos que por sua vez se dividem em outros mais finos. A altura que alcança em relação ao solo varia segundo as espécies e às vezes é considerável. Em alguns casos, como nas palmeiras, não há ramificações, caso em que não se fala em tronco, mas em estipe. Em uma árvore podem-se observar duas partes de aspecto bem diferenciado: o tronco, que sustenta toda a estrutura, e a copa. Nas palmeiras, a copa é um penacho de grandes folhas, formado pela ramagem, onde se encontram também os brotos (gemas), que podem dar origem a novos indivíduos. Como outras plantas, as árvores penetram na terra com suas raízes para extrair os sais minerais necessários a sua nutrição. Toda a extensão do tronco é percorrida por um duplo sistema condutor, constituído pelos vasos lenhosos ou xilema, que conduzem a água e os sais do solo até os galhos e folhas; e pelos vasos do líber ou floema, que levam aos demais tecidos a seiva elaborada junto com os açúcares fabricados nas folhas. No tronco de uma árvore de vários anos pode-se observar a formação, numa zona mais externa, de um revestimento de material poroso e impermeável que protege e isola a planta: é o córtex, formado pelo súber ou cortiça, tecido composto por células mortas cuja espessura aumenta com o tempo. Esse revestimento cortical decorre da atividade de uma série de células, situadas na zona imediatamente inferior, que se dividem com grande rapidez e formam o felogênio. A zona inferior mais próxima a esta é a do parênquima, cujas células têm clorofila e, portanto, capacidade para realizar a fotossíntese. Prosseguindo em direção ao centro medular do tronco encontram-se as faces dos vasos condutores, primeiro os do floema e depois os do xilema. A cada ano surgem novos vasos devido à ação de outro tecido de crescimento, denominado câmbio, graças ao qual a árvore engrossa. Com o passar dos anos, os vasos do centro se lignificam por completo, formando um tecido duro denominado durame. No outono, como a atividade da árvore se reduz, formam-se vasos menores e menos numerosos do que na primavera. Assim, ao se seccionar o tronco pode-se distinguir um conjunto de anéis concêntricos de crescimento que permitem determinar a idade da árvore. Cada anel anual é composto de subanéis, um de madeira mais clara, correspondente à estação quente, e outro mais escuro e compacto, formado na estação fria. Os vasos que ainda são funcionais e conduzem a seiva deslocam-se progressivamente para a periferia e apresentam coloração mais clara. Ou seja, no tronco de uma árvore a zona viva está limitada às camadas periféricas. O resto é o material de sustentação, que forma a madeira. Por essa razão se vêem freqüentemente brotarem novos galhos de árvores ocas, que na primavera se cobrem de folhas e florescem: a parte vital da planta — a região periférica — continua intacta. Grande número de árvores perde as folhas com a chegada da estação fria, razão por que são chamadas árvores de folhas caducas. Esse mecanismo é necessário à sobrevivência das árvores nas regiões temperadas, onde, no inverno, os vegetais recebem menos luz e boa parte da água normalmente acessível às raízes congela e torna-se escassa no solo. A menor disponibilidade de luz e água faz com que a árvore mantenha apenas a atividade fotossintética indispensável e economize o esforço de conservar as folhas e captar a água que por elas evapora. Algumas árvores de folhas caducas mais conhecidas são o álamo ou choupo, o castanheiro, o carvalho e o plátano. As árvores que conservam suas folhas durante todo o ano são chamadas de folhas perenes, e entre estas se encontra a maior parte das coníferas, como os pinheiros, os abetos, os cedros, os ciprestes, as sequóias e os zimbros. Em todos esses casos, as espécies se acham perfeitamente adaptadas ao frio e às condições de escassez de água: suas folhas possuem formas especiais para evitar a perda de água (como as folhas em forma de agulha dos pinheiros e dos abetos). A maior parte das árvores de clima tropical ou subtropical tem folhas perenes. acps_11Todas as árvores produzem flores, ainda que em muitos casos sejam de dimensões insignificantes e se apresentam desprovidas dos elementos vistosos que outras plantas exibem. Certos grupos comuns na zona temperada, como as coníferas, têm os órgãos reprodutores (estame e pistilo) descobertos, razão por que recebem o nome de gimnospermas. Outras árvores, como os choupos, carecem de pétalas, embora sejam angiospermas. Há também árvores com flores grandes e vistosas, como a magnólia, a espatódia, o flamboyant e o abricó-de-macaco. Este último emite flores que brotam do próprio tronco. Nos casos em que a polinização se efetua pelo vento (anemogamia), os elementos reprodutores não são providos das atraentes corolas que adornam as outras espécies. As flores vistosas são indício de que a polinização se realiza com ajuda dos insetos, atraídos pela cor ou aroma dessas flores. Em espécies como as palmeiras, os sexos são separados: existem árvores masculinas, que possuem flores apenas desse sexo, e árvores femininas. O mesmo ocorre com os salgueiros, os mamoeiros e os choupos. As árvores variam consideravelmente quanto à forma, à altura, à grossura do tronco e à idade que alcançam. Assim, a sequóia gigante, conífera norte-americana, chega a viver mais de três mil anos; o baobá e a oliveira também são árvores de vida longa. Quanto ao diâmetro do tronco, os baobás, árvores típicas da savana da África, chegam a superar vinte metros e alguns eucaliptos ultrapassam seis metros. A sequóia gigante se eleva até 130m de altura, com peso estimado de 1.500t, enquanto os eucaliptos alcançam, algumas vezes, cem metros. Ecologia e distribuição. Os bosques de coníferas e as angiospermas que surgiram na era paleozóica datam de mais de 230 e 100 milhões de anos, respectivamente. Desde então, as árvores foram povoando a superfície do nosso planeta e têm servido de abrigo a numerosas comunidades de animais e plantas em todas as latitudes. Uma árvore isolada é por si só um complexo ecossistema, que abriga muitas espécies de invertebrados, insetos, aracnídeos e miriápodes, bem como de vertebrados, aves, répteis e mamíferos, que encontram nela seu alimento, seja em forma de folha, brotos ou frutos. Sobre seu córtex crescem fungos, liquens e plantas parasitas e epífitas, como as bromélias, que utilizam a árvore como suporte para alcançar a altura onde a luz é abundante. Entre as raízes encontram-se larvas de insetos, minhocas que vivem no subsolo, ácaros e roedores. Ou seja, a árvore hospeda uma infinidade de seres vivos: nas regiões frias, as coníferas mantêm os roedores e as aves; nas savanas da África, constituem parte fundamental da dieta dos herbívoros ruminantes (que se alimentam de folhas e brotos dos ramos); na floresta, contribuem para formar um ambiente caracterizado pela umidade, onde proliferam plantas e animais; nas zonas temperadas, a árvore é uma das maiores fontes de riqueza. Nas regiões próximas ao círculo polar ártico predominam os bosques de coníferas: abetos, pinheiros e bordos cobrem extensas áreas do Canadá, Escandinávia, Sibéria e norte da Europa. Espécies importantes são o pinheiro-branco (Pinus strobus), o pinheiro-bravo (P. sylvestris) e o abeto-balsâmico-do-canadá (Abies balsamea). Mais ao sul, estende-se o bosque temperado, no qual predominam as árvores de folhas caducas, como o bordo do Canadá (Acer saccharum); a faia (Fagus sylvatica); o castanheiro (Castanea sativa); o olmeiro do gênero Ulmus; a aveleira (Corylus avellana); os carvalhos, do gênero Quercus e muitos outros. Na zona temperada da Austrália abundam os bosques de eucaliptos, que servem de refúgio a marsupiais e aves. Nas regiões próximas à linha do equador e nas situadas ao norte e ao sul de ambos os trópicos, estendem-se respectivamente as savanas e os cerrados, onde as massas arbóreas se reduzem e desaparecem para dar lugar aos pastos. Nas savanas africanas se erguem, rodeadas de girafas e elefantes, as acácias. Sem dúvida, porém, é nas selvas tropicais que as árvores atingem o máximo em densidade, variedade e exuberância; algumas das representantes mais notáveis são, na América do Sul, a seringueira (Hevea brasiliensis), da qual se obtém a borracha, a sumaúma (Ceiba sumauma) e os ipês, do gênero Tecoma. A árvore sempre teve uma importância fundamental para o homem. Diferentes culturas e povos obtiveram da árvore os materiais de construção para erguer casas e para fabricar instrumentos musicais, armas, utensílios, veículos e embarcações. Além da madeira, uma série de outros produtos poderiam ser citados, como a celulose (matéria-prima do papel), a cortiça, as resinas, o látex (líquido segregado por algumas árvores, como a seringueira, essencial para diversas indústrias), as gomas, os vernizes, o tanino e a cola, sem esquecer a importância econômica das árvores frutíferas.
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